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O isolamento não favorece a recuperação, pois o adicto perde referências externas e reforça padrões destrutivos. Sem interação, ele pode alimentar ilusões de controle e minimizar os riscos da recaída. A recuperação exige troca, aprendizagem e suporte contínuo.
Quando isolado, o adicto fica mais vulnerável a pensamentos obsessivos e autossabotagem. Sem a perspectiva de outras pessoas, ele pode se enganar sobre sua condição e negligenciar sinais de alerta. O isolamento fortalece a negação e enfraquece o compromisso com a sobriedade.
Estar próximo de pessoas em recuperação cria um ambiente de apoio e responsabilidade mútua. O convívio com quem busca sobriedade reforça princípios fundamentais e ajuda a manter o foco. Compartilhar experiências evita recaídas e fortalece a resiliência emocional.
A recuperação é um processo coletivo, não individual. O contato com outros adictos em recuperação reduz o risco de recaída e promove crescimento pessoal. Buscar grupos de apoio e conexões saudáveis é essencial para manter a sobriedade e reconstruir a vida.

As alegrias e a beleza de uma vida limpa não são comparáveis ao paraíso. Este é o oposto do nosso modo de vida, é uma fantasia, uma trip que nós sabemos muito bem como consegui-lo, com a primeira bebida ou droga. 

Mas agora nós estamos a lidar com a realidade e a vivê-la. Trata-se de uma situação bela e não de um sonho fantasioso. Cada dia pode ser uma viagem, para além da dor, para além do sofrimento, para além do “Paraíso”, em duração a um feliz aqui e agora. Dito isto impõe-se questionar-nos se já aprendemos a gozar o dia na sua plenitude. Que hoje nós consigamos guiar-nos através de todos os aspectos do crescimento, de forma a não ficarmos confusos e estagnar num sítio qualquer.
As coisa reais que hoje nos darão prazer são a honestidade, a mente aberta e a boa vontade.

Nós consumimos álcool/ drogas por variadas razões. Com frequência o fizemos para ultrapassar as limitações da vida. A princípio elas faziam-nos ver um mundo mais bonito do que o real, mas posteriormente tomávamo-las para apagar os nossos sentimentos de culpa, de medo e a solidão que nos afligia. Foi difícil para nós darmos conta do momento em que ultrapassamos a linha para além da qual os consumos começaram a ser mais uma causa da situação do que a busca da solução. Os produtos alteradores da mente já não nos satisfaziam nenhuma das nossas necessidades. 

No entanto pondo o nosso programa em prática poderemos aprender a satisfazer de novo as nossas necessidades de forma construtiva. Teremos então que dar os passos necessários de forma honesta, sem recorrer a subterfúgios e descobrir limpos e sóbrios, aquelas coisas da vida que tentamos descobrir através do álcool/ drogas.

Hoje daremos os passos que se impõem, arriscando, partilhando e confiando.

Nem sempre é fácil mantermos um estado de limpeza e sobriedade. É necessário empenharmos-nos completamente e poderemos ter que sofrer muito física ou psiquicamente. Durante o tempo da nossa adiccão activa poderá ter acontecido que tenhamos atravessado períodos difíceis e não conseguimos aprender nada de útil. Mas agora em recuperação,temos a possibilidade de aprender a partir das nossas experiências pois estamos a encarar a vida de frente pela primeira vez. Teremos então que interiorizar que se tomarmos uma primeira droga ou bebida as nossas oportunidades de crescimento morrerão. Teremos então que nos questionar se estamos a aproveitar para nos aperfeiçoar com as novas experiências que a vida nos proporciona. Vamos então confiar neste novo modo de vida, neste programa, nas pessoas que comungam os mesmos ideais que nós, para que as nossas forças se robusteçam. O caminho a seguir passa por arriscar, partilhar, confiar e permitir-nos sair da nossa zona de conforto.

Desde muito cedo, quando temos contacto com o programa dos 12 passos, aprendemos que pedir emprestado e emprestar é um pecado capital para as nossas aspirações de entrar em recuperação. Nem nós podemos permitir aos outros que nos ponham num mau espaço nem nós podemos fazê- lo aos outros. Sabermos governar nos com o que temos faz parte de um rigor e de um equilíbrio que nos ajuda a crescer em sobriedade, sem nos colocarmos numa situação embaraçosa. Não sermos assertivos com os outros, colocando-nos muitas vezes em espaços desconfortáveis, é uma grande falha que permitimos porque ou queremos ser agradadores ou temos uma auto estima baixa ao ponto de termos medo do inventário que os outros possam fazer de nós ou queremos dar uma imagem dourada e irrealista da nossa pessoa mesmo que isto nos traga uma factura que nem sempre conseguimos estar à altura dela. Dizer não pode ser libertador até porque se assim não for quando confrontados com situações que ponham a nossa recuperação em perigo nós não estamos habituados a a ter uma resposta eficaz e inequívoca de forma a conservarmos  a qualidade de vida que tanto nos custou a conquistar. Pode portanto a assertividade trazer-nos inúmeros benefícios na nossa rotina, dar-nos o controlo da nossa vida, o respeito e o saber estabelecer limites.